Dados como nome, número de celular e e-mail de cerca de 196 mil usuários brasileiros da Uber estão entre as informações vazadas por dois hackers no final do ano passado. As informações foram confirmadas pelo Ministério Público do Distrito Federal, que investiga como o vazamento afeta os brasileiros.
Questionada, a representação da Uber no Brasil não confirma nem nega a quantidade de usuários afetados, mas explica que a empresa começou a enviar e-mails a essas pessoas. Em nota, a companhia afirma que não há “qualquer indicação de que tenha havido fraude ou uso inadequado de informações relacionadas a este incidente” e que colabora com as autoridades que investigam o caso. “Por meio de especialistas no tema, verificamos que informações como números de cartão de crédito, data de nascimento ou histórico geográfico das viagens não foram acessados”, afirma a nota.
No e-mail enviado aos usuários afetados, a empresa afirma que medidas de segurança foram tomadas e pede desculpas pelo vazamento das informações. “A Uber se desculpa pelo incidente. Nós temos orgulho em representar da melhor forma possível os interesses de nossos usuários e motoristas-parceiros no Brasil e estamos comprometidos em manter a integridade e segurança de sua informação pessoal”, diz o texto.
Entenda o vazamento de dados da Uber
Cerca de 57 milhões de passageiros da Uber no mundo todo tiveram seus dados violados em novembro de 2017. O banco de dados de motoristas e passageiros da Uber foi invadido por hackers, que tiveram acesso a dados como nome, endereço de email e número de telefone de passageiros, além da habilitação de motoristas parceiros. Mas, a empresa só revelou o caso um ano depois do vazamento das informações.
A revelação foi feita por Dara Khosrowshahi, CEO da empresa, em um comunicado publicado na internet. A invasão ao sistema da empresa, porém, aconteceu em “meados de 2016”, meses antes de Khosrowshahi assumir o comando da Uber, em agosto de 2017. Àquela época, o CEO ainda era Travis Kalanick, que saiu do cargo depois de se envolver em seguidas polêmicas. Na época, não havia confirmação se o caso afetava brasileiros.
Khosrowshahi afirmou que o acesso aos dados por pessoas não autorizadas foi bloqueado e que os invasores “foram identificados e deram garantias de que os dados acessados foram destruídos”. (Colaborou Michelle Ferreira)
Leia a íntegra da nota da Uber:
“Quando a Uber do Brasil foi notificada pelo Ministério Público, que solicitou acesso a informações sobre este incidente ocorrido em 2016, colaborou com as investigações. Por meio de especialistas no tema, verificamos que informações como números de cartão de crédito, data de nascimento ou histórico geográfico das viagens não foram acessados. Continuamos a monitorar as contas afetadas – embora não exista qualquer indicação de que tenha havido fraude ou uso inadequado de informações relacionadas a este incidente”.