Priscila Reis está sambando na cara do preconceito. Ela é trans, atleta vice-campeã de fisiculturismo, competindo com mulheres cis gênero, e também modelo. Priscila, considerada a mulher trans do momento, tem sido destaque por onde passa, e agora sonha em se tornar a musa do samba da Paraíso do Tuiuti.
Os motivos que levam Priscila a desejar o posto de musa do samba vão muito além de vaidade pessoal. Para ela, esta conquista representa afirmar-se mulher: “Desfilar em uma escola de samba vai além de uma realização pessoal pra mim, é uma afirmação, um marco. Ser musa, ou qualquer posto no carnaval, é a vitória também, mas teria um significado especial para mim e para tudo que represento. Não vou falar em preconceito pois isso seria vitimismo, e quero chegar lá por mérito, e até aqui não vejo comigo esse preconceito todo que falam. Ganhar este concurso da Paraíso do Tuiuti é dar uma chance a uma mulher trans, é afirmar-me como mulher, e a chance de mostrar que sou sim feminina, e ter minha beleza e meu valor reconhecido ao ser chamada de musa”.
Priscila tem levantado a bandeira de realização de sonhos, motivação e empoderamento. Para ela, esta vitória também representaria algo importante para aqueles que ela direta ou indiretamente representa, a classe LGBT: “Embora eu queira muito ganhar este concurso e ser eleita musa, vencendo ou não já me sinto feliz em representa minha classe, dizer com isso que vai ter mulher trans disputando com mulher cis sim, e assim mostrar que nós podemos, que somos fortes e capazes de alcançar nossos objetivos”, conclui.