Volkswagen pode ter fraudado 98 mil motores a gasolina

Ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt fala sobre irregularidades e diz que a montadora terá que assumir sua responsabilidade

Motor TDI diesel da Volkswagen (Foto: Divulgação)

Motor TDI diesel da Volkswagen (Foto: Divulgação)

As fraudes nos níveis de emissões de poluentes em motores da Volkswagen podem ter sido feitas, também, nos propulsores a gasolina do grupo. Até então, a montadora havia confirmado que apenas motores a diesel foram equipados com o software que diminui a emissão de poluentes durante os testes oficiais.

No início da semana, o presidente do conselho da Porsche e novo CEO do Grupo Volkswagen, Matthias Müller, anunciou que mais 800 mil carros do grupo foram fraudados. Essas unidades se somam aos 11 milhões de carros que teriam que passar por reparo para reverter a fraude. Segundo a Agência EFE, o Ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, informou que desses 800 mil novos carros, 98 mil são equipados com motor a gasolina.

Alexander Dobrindt (Foto: Divulgação)

Alexander Dobrindt (Foto: Divulgação)

Dorbrindt considerou inaceitável que uma empresa tenha tomado medidas para falsificar dados de emissões de gases poluentes e garantiu que a Volkswagen terá que assumir sua responsabilidade, bem como arcar com os danos aos clientes.

O ministro explicou também que se os automóveis poluem mais do que o admitido, o imposto de circulação aumenta. Dobrindt disse ainda que o governo alemão está estudando como fazer para que esse custo, que seria retroativo, não seja cobrado dos motoristas e sim da empresa.

Escândalo de emissões

Desde meados de setembro, a Volkswagen tenta contornar a maior crise de sua história. Isso porque a EPA, órgão norte-americano que fiscaliza as legislações ambientais, identificou que 11 milhões de carros da empresa equipados com motores 1.2, 1.6 e 2.0 turbodiesel da família EA 189 contam com um software que diminui o nível de emissão de poluentes durante os testes regulatórios. Assim, a Volks informava às autoridades que seus carros emitiam menos gases tóxicos do que acontecia na realidade. No final de outubro, a Volkswagen do Brasil confirmou que o motor 2.0 diesel da picape Amarok vendida no Brasil também foi fraudado e anunciou uma campanha de reparo para o início de 2016.

O escândalo levou à renúncia do então CEO do grupo, Martin Winterkorn, e a um corte de 1 bilhão de euros por ano nos investimentos do grupo. Estimativas apontam que o escândalo custará à empresa mais de R$ 28 bilhões.

Em outubro, a EPA anunciou que os motores 3.0 da Volkswagen, Audi e Porsche também estão envolvidos no esquema de fraude de emissões de poluentes. Segundo comunicado, as empresas teriam fraudado mais 10 mil carros além do que se tinha conhecimento até então. O grupo Volkswagen emitiu nota negando que os motores 3.0 em questão também tenham sido fraudados.

Volkswagen Amarok (Foto: Pedro Danthas/Volkswagen)

Volkswagen Amarok (Foto: Pedro Danthas/Volkswagen)

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